Relato de Liam "Chifre de Alce", ex-bardo:
Lembro-me vagamente daqueles dias...
Eu era um jovem de aproximadamente dezessete anos. Tinha longos cabelos castanhos e não havia sinal da longa barba que disfarça os traços de minha idade atual. Apesar da pouca idade, eu era um exímio caçador. Forte, ágil, muito hábil com arco e flecha. Habilidades que os anos de bebedeira e exageros me tiraram.
Lembro-me vagamente daqueles dias...
Eu era um jovem de aproximadamente dezessete anos. Tinha longos cabelos castanhos e não havia sinal da longa barba que disfarça os traços de minha idade atual. Apesar da pouca idade, eu era um exímio caçador. Forte, ágil, muito hábil com arco e flecha. Habilidades que os anos de bebedeira e exageros me tiraram.
Era uma noite de outono e eu retornava
para minha aldeia após um cansativo dia de caça. A lua brilhava como uma enorme
lamparina no céu, facilitando minha visão naqueles caminhos escuros. Embora meu
pai sempre me alertasse para não caçar fora dos arredores de nossa aldeia muito
tarde da noite, não houve como obedecê-lo. Perdi quase metade da tarde
procurando as armadilhas que espalhei pelo bosque. Mas valeu a pena, pois nas
armadilhas encontrei três coelhos gordos e um pequeno javali, que serviriam de
alimento por, pelo menos, uma semana.
Sai da floresta em que caçava e passei a
caminhar pela estrada chifre de alce, estrada principal que ligava todas as
aldeias daquela região. Após um tempo de caminhada me aproximei do bosque de
Havayaga. As lendas sobre aquele lugar falavam de uma bruxa centenária que
havia sido aprisionada no corpo de uma garotinha e sempre andava acompanhada de
um alce e um enorme javali negro. Mesmo com idade para não acreditar mais
naquelas histórias, eu sempre me arrepiava ao passar por aquele estranho lugar.
Apressei-me ainda mais naquele trecho do
caminho e foi quando um grunhido aterrador tomou conta de meus ouvidos. Senti
meu corpo inteiro arrepiar. Quando me dei conta, estava parado na estrada, como
se minhas pernas estivessem se fundido ao chão de terra batida. Ouvi novamente
o grunhido e tive certeza de que vinha do sinistro bosque. Um choro de criança parecia
ecoar pelo caminho. A única reação que tive foi a de deixar tudo o que poderia
atrapalhar minha agilidade, até mesmo as presas de minha caçada, e sair em
disparada até a aldeia.
O choro da criança me acompanhou até a entrada
da aldeia. Parei, com o coração quase saindo pela boca e caminhei rapidamente
em direção a minha casa. Percebi o primeiro sinal de que havia algo de errado.
Algumas pessoas estavam do lado de fora de suas tendas, algo muito incomum,
pois era tarde da noite e as pessoas dali dormiam cedo. Vi meu pai de pé em
frente à uma fogueira, conversando com algumas pessoas. Aproximei-me deles e
perguntei o que estava acontecendo. Meu pai disse que uma criança de nossa tribo
havia sido levada da aldeia.
Todos aqueles acontecimentos estranhos
pareciam estar relacionados. Contei a eles sobre os sons que eu tinha escutado,
vindos do bosque de Havayaga, mas meu relato só deixou todos mais aflitos.
Cada pessoa tinha uma teoria sobre o
desaparecimento da criança e todas as especulações acabaram quando apareceram
dois caçadores contando que encontraram pegadas enormes próximas ao lugar onde
a criança havia desaparecido. Ao que tudo indicava, iam em direção ao bosque de
Havayaga.
A criança desaparecida era especial para
todos da tribo. Ela tinha um dom...
Muito bacana Silas. Comecei a ler e já fiquei preso, sem a menor vontade de parar. Parabéns e boa sorte nos escritos. Aguardo os próximos capítulos! :)
ResponderExcluirTolkien mineiro! Rs ")
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